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Júlio Casares é o responsável pela crise no SPFC?

São poucas as vezes que se vê de maneira tão clara como decisões de gestão podem impactar diretamente nos resultados esportivos de uma equipe como na atual situação do São Paulo Futebol Clube em relação ao seu novo mandatário, Júlio Casares.


Deixando de lado uma análise técnica-esportiva e tentando entender como as decisões tomadas pela nova gestão podem ter responsabilidade na nítida mudança de postura da equipe.


Primeiro, vamos lembrar que o SPFC líder absoluto do Brasileirão e semifinalista da Copa do Brasil é resultado da insistência de Raí, como gestor, em um planejamento que tinha tudo pra dar errado. Contra todas as probabilidades, Raí manteve Diniz e bancou as decisões do técnico, apostou em Daniel Alves, e, por incrível que pareça, deu certo.


Não vamos aqui defender Raí como um bom gestor, nem o Leco como um bom presidente, mas a verdade é que, às vezes, mesmo decisões questionáveis dão resultado, e no SPFC deram.


Acontece que, por conta da pandemia, tivemos um cenário político diferente, com uma troca de gestão na reta final de um campeonato brasileiro. Júlio Casares venceu de forma categoria, e no dia 01 de Janeiro de 2021, iniciou seu mandato recebendo o time na liderança do brasileirão.


A expectativa de todos, e a decisão natural nesse contexto, seria a nova gestão blindar a atual equipe, incluindo seus diretores, e aguardar o término da competição, para, daí, iniciar efetivamente suas ações.


Não foi isso que Casares fez! Desde que assumiu, ele deixou bem claro que o clube tinha um novo mandatário.


Decisões de Júlio Casares:


· Demitiu Alexandre Pássaro: Pássaro era braço direito de Raí, e responsável pela contratação de alguns jogadores do atual elenco.



· Manteve Raí, mas já sacramentando sua saída em Fevereiro: Raí foi quem bancou Fernando Diniz, trouxe Juan Fran e trouxe Daniel Alves. Lembrando que Juan Fran acabou de negar a renovação de contrato com a equipe. Vale lembrar que Júlio Casares fala sobre “refundação” da Barra Funda, e especula substitutos de Raí desde dezembro.



· Trouxe Muricy Ramalho, um ídolo, para o departamento de esportes: talvez na ânsia de ser recebido de braços abertos pela torcida, trouxe um coordenador em reta final de campeonato. Mesmo sendo o Muricy, foi um movimento um pouco fora da normalidade. Basta olhar que já começam pedidos para que ele assuma a equipe como técnico. Alguma surpresa?



· Demitiu Lugano.



· Trocou a direção de Cotia: José Roberto Canassa é o Diretor mais vitorioso da história do CT de Cotia, bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Junior, sendo que o atual elenco é composto por 70% de atletas oriundos da base.


As decisões falam por si só, mas, se resta dúvida sobre a influência do atual presidente em relação à mudança de postura da equipe, no dia 11 de Janeiro, quando a crise começava a se instaurar após as citadas decisões de Casares, o SãoPaulo.Blog, de Alexandre Zanquetta, considerado o porta voz de Júlio Casares ao longo do processo eleitoral, trouxe uma matéria ácida atacando Daniel Alves e Fernando Diniz (confira aqui)




A matéria chega a chamar Daniel de mimado, critica Diniz, critica Raí, e termina dizendo que seria apenas a primeiro de muitas outras que viriam sobre os bastidores do clube.


Não é difícil imaginar a repercussão interna quando o jornalista, considerado “porta-voz” do novo presidente, ataca diretamente o dirigente, o técnico e o principal atleta do time que liderava o brasileirão até então.


Todo esse cenário se reflete nos resultados:


Data da posse de Júlio Casares como presidente do SPFC – 01 de Janeiro de 2021


Resultados do SPFC desde então:


· 06 de Janeiro - Red Bull 4 x 2 SPFC

· 10 de Janeiro – SPFC 0 x 1 Santos

· 17 de Janeiro – Athlético 1 x 1 SPFC

· 20 de Janeiro – SPFC 1 x 5 Internacional


Desde a posse de Casares o clube tem: 0 vitórias 1 empate e 3 derrotas. 11 Gols Sofridos e 4 Gols Marcados. Era até então a melhor defesa do campeonato, brigando pra ser o melhor ataque. Se em quase 27 rodadas havia tomado 20 gols, em 4, com Casares, tomou 11.


Mas, talvez, depois de tudo o que foi dito, a postura mais condenável de Casares seja o aparente sumiço das redes sociais. Não há muito tempo ele fazia vídeos diários, agora, com a crise, submergiu. Líder?


Não podemos tirar a responsabilidade da atual equipe, a mudança de postura é nítida, e, não importa os motivos, os atletas e comissão técnica precisam ser cobrados. As decisões de Raí de manter Diniz, contratar o Daniel Alves, a conjuntura do elenco, e tantos outros problemas, não podem ser esquecidos.


Que fique claro, o objetivo do texto não é isentar elenco e Diniz, apenas destacar que muito da administração está relacionada à capacidade do gestor em gerir pessoas. Casares começou mal, e muito mal, nesse aspecto. A primeira missão não era reformular o SPFC, era manter o clima do vestiário e levantar uma taça que estava praticamente garantida.


Agora é aguardar e torcer para que não seja essa a tônica ao longo de todo o mandato. E o SPFC segue amargando péssimos resultados.





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