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Foto do escritorKallel Brandao

O Esporte no Plano de Governo de Bruno Covas e Guilherme Boulos

Falamos há alguns dias (link da matéria) sobre o mal resultado dos atletas e dos candidatos ligados à pauta do Esporte nas urnas. Agora, analisamos o plano de governo de Guilherme Boulos e Bruno Covas, que dis putam o segundo turno na cidade de São Paulo, e a constatação confirma que o esporte não tem tido grande relevância no debate político atual.


Ambos os planos de governo tratam o tema de forma superficial. Guilherme Boulos até esboça algumas propostas, uma ou outra interessante, mas com um grande viés ideológico, como, por exemplo, quando carimba o cancelamento da concessão do Pacaembu. Bruno Covas, nem isso, trata o tema de maneira bem superficial, pode-se dizer que, praticamente, ignorou a pauta.


Cabe destacar que estamos falando da cidade de São Paulo, principal cidade do Brasil, dona do terceiro maior orçamento no país, perdendo apenas para o Governo Federal e para o Governo do Estado de São Paulo, onde se localiza a maioria dos principais clubes e equipamento esportivos.


O orçamento previsto para 2021, na proposta que se encontra na Câmara Municipal de São Paulo, é de R$ 204.737.612,00, que representa 0,3% do Orçamento da Capital. É uma redução considerável se comparado ao patamar de 2012, na Gestão Kassab, em que a Secretaria de Esportes chegou a representar 0,71% do orçamento. Se mantido esse percentual, estaríamos falando de um orçamento de quase R$ 500.000.000,00. Mas, desde 2012, nas Gestões Haddad e Dória-Covas, a SEME foi perdendo pouco a pouco e, agora, tem pouco menos da metade da representatividade orçamentáriaque já teve.


PLANO DE GOVERNO DE GUILHERME BOULOS


O programa de governo do candidato psolista é bem sistematizado e destaca uma capítulo para tratar do Esporte e Lazer, e, para surpresa de zero pessoas, o viés ideológico é bem presente nas propostas, como fica evidente nesse trecho: “Democratizar o acesso ao esporte e às práticas corporais só é possível se considerarmos campos, ginásios, quadras, ruas, avenidas e praças como lugares de disputas ideológicas e estimularmos outros sujeitos a se apropriarem desses espaços públicos, bem como levarmos em conta as dimensões sociais do corpo e das práticas esportivas”.


O programa fala da criação de um “Sistema Municipal de Esportes e Lazer”, mas sem uma ideia muito clara, destaco a menção da criação da Bolsa Municipal de Apoio ao Esportista, sem muito aprofundamento.


A proposta que trata sobre o Pacaembu chama a atenção, carimbando a revogação da concessão do Pacaembu (lembrando que o Pacaembu teve seu processo de concessão no Governo Bruno Covas). Após a revogação, o complexo retomaria atividade esportiva gratuita para a população e, também, o plano propõe “Utilizar o Pacaembu como palco para partidas e torneios de futebol de mulheres e outras modalidades esportivas da diversidade, bem como com equipes mistas, como instrumento de combate ao machismo, ao sexismo e à lgbtfobia;”


São diversas outras propostas que tratam bastante da pauta LGBTI+, acessibilidade e terceira idade, há menção de apoio ao futebol de várzea, com incentivo ao futebol feminino, e um ponto interessante sobre “Parcerias com SUS, escolas e espaços esportivos públicos municipais (praças, ruas e equipamentos) para promover atividades de educação corporal;”

Fora do capítulo especifico sobre o esporte, o plano de Boulos ainda menciona a criação de Centros do Futuro, no capítulo sobre juventude, que teria área esportiva.


PLANO DE GOVERNO DE BRUNO COVAS


Bruno Covas apresenta um Plano de Governo com uma sistematização diferenciada, ele não separa em áreas, e não apresenta propostas definidas, mas diretrizes e estratégias, dificultando um pouco a comparação com o plano do candidato do Psol.


O termo esporte aparece em 2 momentos, primeiro, dentro do eixo São Paulo Criativa, que é um dos dez eixos propostos.


São Paulo Criativa’, tendo a cultura, em todas as suas manifestações, o esporte, o turismo, a moda, o design, a inovação e a indústria de games como eixos estratégicos de diferenciais competitivos da nossa cidade no mundo


Depois, ao detalhar o eixo, o plano destaca a revitalização de 95 clubes da comunidade e centros esportivos municipais e coloca como objetivo: “Nosso propósito é desenvolver novas vocações para São Paulo, impulsionando uma economia mais integrada às redes de cidades globais, que atraia investimento e talentos, estimule habilidades e acolha diferenças. Colocar a economia criativa no centro político de desenvolvimento da cidade. Isso inclui não apenas nossa riqueza cultural em todas as suas manifestações, como também o esporte, o turismo, a moda, o design, a inovação e a indústria de games como eixos estratégicos. Vamos implantar distritos criativos, voltados à economia criativa e à juventude, e criar zonas de flexibilização tributária para atrair empresas. Instalar hubs de startups, incluindo a oferta de capacitação tecnológica e 13 novos TEIAs.”


Muito pouco pro candidato que busca a reeleição e teve o mandato inteiro pra desenvolver projetos na principal secretaria municipal de esportes do país.


PLANOS DE GOVERNO NO RIO DE JANEIRO


Por fim, cabe mencionar, corroborando a linha argumentativa do texto, de que a pauta do esporte tem tido pouquíssima força nas eleições, que, nos planos de governo dos candidatos Eduardo Paes e Marcelo Crivella, que estão no segundo turno no Rio de Janeiro, o Esporte teve ainda menos atenção (se isso é possível), que nos planos de governo dos candidatos paulistanos.


O que achou dos planos? Você avalia as propostas relacionadas ao esporte na hora de escolher seu candidato?




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